O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje (11), em Alcântara, que o Estado não tem motivos para reclamar da falta de leitos, já que o governo federal teria destinado R$ 109 milhões exclusivos para a implantação dos leitos no Maranhão.
“No ano passado, o governo federal dispensou R$ 18 bilhões para o estado do Maranhão. Desses R$ 18 bilhões, R$ 1,3 bilhão foi para Saúde. E R$ 190 milhões foram exclusivamente para leitos de UTI. Então não justifica qualquer reclamação de não haver leitos de UTI para atender os irmãos maranhenses“, declarou Bolsonaro, em cerimônia de entrega de títulos de propriedade.
O governador Flávio Dino rebateu, logo em seguida, as afirmações de Bolsonaro.
“1. Habilitar leitos de UTI no SUS não é favor, é obrigação legal. 2. Ação judicial que entramos se refere ao exercício de 2021, não de 2020. A pandemia não acabou, infelizmente. 3. O governo do Estado não recebeu o montante que Bolsonaro mencionou“, esclareceu Dino.
O governador Flávio Dino ajuizou ontem uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para que o governo federal reative o pagamento de leitos de UTI para atendimento de covid-19.
Na ação protocolada junto ao STF, o Maranhão relatou que os leitos de UTI financiados pelo Ministério da Saúde se reduziram drasticamente. Até dezembro de 2020, 12.003 estavam habilitados pelo governo federal. Em fevereiro, essa quantidade caiu para 3.187, apesar do estado ter pedido habilitação de centenas de novos leitos.
Auxílio emergencial
No mesmo evento de hoje, Bolsonaro também falou sobre a possibilidade de pagar um novo auxílio emergencial para a população. Ele afirmou que está estudando a medida, mas reforçou que ela será apenas provisória.
“Grande parte de vocês recebeu o auxílio emergencial. Foram R$ 13 bilhões só para o Maranhão. Entendíamos que havia necessidade de socorrê-los, porque junto com pandemia houve o fechamento de postos de trabalho. No momento nossa equipe, juntamente com parlamentares, estudamos extensão por mais alguns meses do auxilio emergencial, que é emergencial. Não pode ser eterno, porque representa endividamento muito grande e ninguém aqui quer um país quebrado. O povo quer é trabalho”, concluiu Bolsonaro.
Segundo uma fonte do governo, o benefício de R$ 200 por mês seria pago pelos próximos três meses para compensar o fim do auxílio. Teriam direito ao valor até 30 milhões de pessoas que não tem carteira assinada e estão fora do Bolsa Família. Blog do John Cutrim