O ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), está no centro de uma disputa política que coloca em xeque sua permanência tanto no governo Lula quanto em seu próprio partido. O PP (Progressistas), liderado nacionalmente pelo senador Ciro Nogueira, oficializou no mês passado seu rompimento com o governo federal e agora exige que seus filiados com cargos no Executivo tomem uma decisão definitiva.
Em entrevista à CNN nesta terça-feira (1º), Ciro Nogueira foi direto:
“Fufuca terá que fazer uma escolha definitiva entre permanecer como integrante do partido ou manter sua posição no governo até a próxima semana”.
Apesar do tom duro, Ciro descartou uma eventual expulsão do ministro, mas reiterou que há regras internas a serem cumpridas. Segundo ele, o PP proibiu seus filiados com mandato de continuar ocupando cargos no governo Lula, citando também o ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), como outro nome pressionado.
A saída oficial do PP da base governista foi anunciada pela União Progressista, federação que une PP e União Brasil, que deu um prazo de 30 dias para o esvaziamento de cargos na máquina federal. Esse prazo se encerra nesta quarta-feira (2).
Com o relógio correndo, Fufuca precisa decidir se continua à frente do Ministério do Esporte, contrariando seu partido, ou se entrega o cargo para manter-se alinhado à nova orientação do PP.
A decisão de Fufuca pode ser mais do que pessoal — ela simboliza um teste de força dentro do próprio Centrão, que tem se dividido entre apoio e oposição ao governo federal.