Ex-secretário de educação de Vargem Grande fala da queda do Ideb, solidariza-se com profissionais e aconselha governo para melhoramento

O vereador e ex-secretário de educação de Vargem Grande, Thiago Braz (PDT), se manifestou nas redes sociais sobre a queda o Ideb após sua gestão na Semed.

 

Nota 

 

Recebi muitas mensagens de professores, gestores da educação e técnicos de outros municípios em busca da minha opinião sobre o decréscimo do Ideb em Vargem Grande.

 

Por isso, e, também, diante do temor de alguns gestores de transformar-se em culpados, como já é de praxe, em reunião programada para a noite desta segunda-feira, é que manifesto antecipadamente minha solidariedade aos profissionais e afirmo que a culpa não é de vocês.

 

Como professor e ex-secretário de educação, exponho a seguir, minha opinião, defesa dos profissionais e conselho para o melhoramento:

 

1 – Em tempos de crise, existe a necessidade de inovar, e a SEMED de Vargem Grande inovou sim, buscou em alguns aspectos criar estratégias para que o ideb de 2019 que foi de 5.0 se mantivesse ou mesmo houvesse crescimento, porém inovar sem motivar, sem pensar junto com quem vai executar o processo, sem articular com a comunidade escolar, tende a essa inovação não ter eficácia;

 

2 – Estratégias pensadas em gabinetes, sem conhecer e realidade prática de cada escola, e a preocupação maior é com a estética do espaço e não com aprendizagem efetiva, não trás resultado eficaz;

 

3 – Em 2021, tivemos o retorno progressivo das aulas, e os equipamentos pensados e criados em minha gestão (2017/2020) e que deram resultados positivos no ideb de 2019, custaram ser colocados e prática, ouvir relatos de muitos colaboradores daqueles equipamentos dizendo que as estratégias que foram exitosas em 2019, agora eram rechaçadas, e que existe uma briga muito grande por espaços de poder;

 

4 – Quando falamos em educação, falamos em investimentos, mas investir não é só reformar, climatizar e entregar equipamentos, investir é principalmente valorizar quem está no protagonismo do processo, é entender diferenciar uma EQUIPE de uma EUQUIPE, ter a sensibilidade de observar que nossos trabalhadores da educação, nossos alunos estavam tão fragilizados que precisavam se sentir parte do processo, precisavam ser ouvidos, lembro muito bem que a rede estadual fez as consultas a comunidade escolar, enquanto observava que no município estava havendo imposição ao projeto de retorno. No município esses atores de desenvolvimento da educação precisavam se sentir parte do projeto, e não a parte dele;

 

5 – Para algo ter sucesso é preciso envolvimento e engajamento, e que a imposição não é o melhor caminho, que acima de tudo o líder do processo precisa ser empático e pensar como seus atos irão impactar na vida de centenas de alunos, professores e trabalhadores da educação. Ser líder não é “ser chefe”;

 

E, por fim, muita cobrança, pouco investimento nas pessoas e o resultado é o decréscimo. O meu conselho é que possam repensar as estratégias, trazer os trabalhadores da educação, as famílias e os alunos para fazer parte do pensar pedagógico, e acima de tudo, ter a humildade de descer do pedestal, se voltar para as escolas e valorizar quem todos os dias estão lá se doando e dando o suor por uma educação de qualidade. É hora de buscar sentar com os trabalhadores da educação, ouvir suas reivindicações e tratar de forma coerente e sem mágoas o reajuste dos profissionais da educação.

 

Thiago Braz – Professor, licenciado em pedagogia, especialista em gestão pública pela UEMA, especialista na gestão da educação municipal pela UNB, especialista em monitoramento e avaliação da educação pela IIPE UNESCO, Mestre em Educação pela Minter FAP/Unisc, Ex – secretário de educação de Vargem Grande e atualmente passando por uma experiência no legislativo municipal

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Publicidade

Publicidade
Publicidade